Esfregaço sanguíneo
esfregaço = es•fre•ga•ço
(esfregar + -aço) substantivo masculino
[Medicina] Amostra disposta em lamínula e destinada à análise microscópica (ex.: esfregaço bacterioscópico, esfregaço vaginal).
Esfregaço sanguíneo é uma técnica que permite a separação de células em meio líquido. Consiste em espalhar um fragmento de tecido ou de uma colônia sobre uma lâmina de vidro, o que provoca a dissociação de alguns elementos celulares e a sua aderência ao vidro. Forma-se assim uma fina camada de células, facilitando a observação.
Este método é usado na observação de sangue e outros líquidos orgânicos, em que se coloca uma gota do líquido sobre uma lâmina preparada, e com a ajuda de uma outra lâmina ou lamela se espalha bem. Depois de seco o material pode ser corado e fixado.
A confecção do esfregaço sanguíneo é o ponto crucial para a realização de um hemograma confiável e por isso a sua padronização deve ser a principal exigência. Para realizar a técnica dos esfregaços sanguíneos, é utilizada uma lâmina limpa, sem resquícios de gordura ou outros materiais e outra lâmina distensora igualmente limpa. O esfregaço ideal deve ser livre de falhas e paradas, não muito espesso, nem fino demais e sem falhas na cauda. Na observação ao microscópio às duas bordas onde são realizadas as contagens devem apresentar os eritrócitos mais separados e os leucócitos bem distribuídos.
Material: Lanceta ou agulha de injeção, papel filtro, álcool e lâminas lavadas com álcool e secas.
Amostra: Obtêm-se por punção da polpa do dedo com uma lanceta previamente desinfetada. A colheita de sangue será feita levando-se em consideração que a gota de sangue extraída deve ser encostada na lâmina invertida, que só toca na gota emergente, evitando assim o contato com a pele.
Técnica:
1. A lâmina deve ser limpa com álcool e seca com papel filtro para iniciar o procedimento.
2. Com uma lanceta estéril deve se coletar a amostra.
3. A amostra deve ter de 1 a 2 cm de diâmetro para iniciar o procedimento.
4. Colocar o lado da lâmina com o qual se fará o esfregaço sanguíneo num ângulo de 45° com a face superior da lâmina.
5. Fazer com a lâmina preparada um ligeiro movimento para trás até encostar-se à gota de sangue, deixando então, que a gota se difunda uniformemente, ao longo de toda borda por capilaridade.
6. Levar a lâmina preparada para frente de modo que ela carregue a gota de sangue, que se estenderá numa camada delgada e uniforme. É essencial escorregar a lâmina de uma vez, sem detê-la.
7. O movimento de extensão deve ser uniforme. O sangue deverá ser puxado pela lâmina preparada e não empurrado pela mesma. Secar imediatamente o esfregaço agitando a lâmina preparada no ar ou com auxílio do ventilador. Não se deve aquecer o esfregaço sanguíneo para secá-lo.
8. Comparação entre duas amostras para o entendimento da forma ideal da técnica do esfregaço sanguíneo, os diferentes glóbulos devem estar estendidos em uma única camada sem superposição, nem formação de grãos, flocos ou falhas ao estender a amostra.
9. A gota de sangue deve ser distendida na sua totalidade, por isso ela não deve ser grande.
10. Demonstração da área ideal para analise. Deve se levar em consideração que num esfregaço sanguíneo as partes mais ricas em elementos citológicos são as bordas.
11. O processo de identificação da amostra na lâmina preparada é muito importante, sem ele todo trabalho é inútil. Deve-se sempre focar na organização; identificação da amostra e registro dos dados correspondentes (tanto em papel como em computador).
12. A observação e o registro da amostra em microscópio deve ser feita para conclusão do processo.
Assim apresentamos passo a passo a “técnica do esfregaço sanguíneo” para analise de uma amostra de sangue. Lembrando que ela é uma preparação temporária. As preparações temporárias permitem fazer a observação de células no seu meio normal de vida: água salgada, água doce, soro fisiológico ou plasma sanguíneo.
gostei muito me ajudou a montar minha aula…… de analis clinica
Amei, foi super útil para me auxiliar nas minhas aulas práticas.
Realmente esta é uma explicação passo-a-passo da técnica de fazer um bom esfregaço que é muito boa e não tem como errar.
Olá, queria saber se posso utilizar uma das imagens na apresentação do meu trabalho como exemplo, se puder, qual o nome do/a autor/a da imagem, e o ano de realização?
Obrigada.
Olá Juliana, pode utilizar. Coloque o link do site, o autor dos desenhos – Ulisses Torraga, 10/2014.
Amei o site, parabens!!!
Adorei o blog, meus parabens!!
OLÁ!
Quanto tempo após o esfregaço, podemos visualizar a amostra no microscópio?
Gostei do passo a passo!
Olá Evelise, vou passar para você uma sequência de prepação de lâmina.
Sequência na preparação da lâmina
1. Fazer a assepsia do dedo em algodão embebido com álcool;
2. Furar o dedo utilizando uma lanceta;
3. Colocar a gota de sangue na extremidade de uma lâmina histológica previamente limpa;
4. Utilizando-se de outra lâmina histológica, fazer corretamente o esfregaço deixando uma película de sangue sobre a lâmina: Segurar a lâmina, contendo a gota de sangue, com os dedos polegar e indicador da mão esquerda; Inclinar uma outra lâmina histológica a 450, segurando com os dedos polegar e indicador, da mão direita. Levar a lâmina inclinada até o início da gota de sangue; Quando a lâmina toca na gota, o sangue escorre em seu bordo. Aí deve-se fazer voltar a lâmina inclinada para trás, formando-se então a película de sangue.
5. Deixar secar ao ar;
6. Colocar a lâmina sobre um suporte na pia;
7. Cobrir o esfregaço com Leishman e deixar por 4 minutos;
8. Sem retirar o Leishman, adicionar água destilada e deixar por 7 minutos;
9. Escorrer a lâmina na pia;
10. Lavar a lâmina com água destilada;
11. Deixar secar ao ar;
12. Observar a lâmina com 1000x de aumento, utilizando a objetiva de imersão;
Observações: Leishman é uma mistura de Romanowsky* apresentando eosina e azul de metileno na sua composição. O azul de metileno é o azul de metileno oxidado.
*(A coloração de Romanowsky é uma técnica de coloração protótipo que foi a precursora de vários métodos distintos mas similares, incluindo a coloração de Giemsa, a coloração de Jenner, a de Wright, a de Field e a de Leishman, que são usadas para diferenciar as células em amostras patológicas).
Um grande abraço
equipe do blog Vidraria de Laboratório
Agradecida pela atenção e retorno!
Agora, todas as amostras devem passar pelos corantes entes de serem analisadas. Isso mesmo?
Parabéns pelo site, posso fazer meu relatório através desse texto que você respondeu a minha colega, Evelise?
Bom dia Tatiane, pode sim é só colocar os créditos do site.
Bom dia. Gostei muito do texto. Gostaria de utilizar um trecho, mas gostaria de saber o nome do autor para colocar na referência junto ao link do site.
Há possibilidade de me passar a referência?
Olá Anderson, pode utilizar sim desde que você coloque a referência do nosso site. Os autores do blog formam uma equipe de técnicos e professores que produzem os textos e conduzem as pesquisas dos assuntos para publicação.
atenciosamente
equipe do blog vidraria de laboratório
Olá tb estou colocando no meu trabalho, mas não estou sabendo como referenciar o nome do autor.
Não é necessário usar corante? E fechar com lamínula?
Gostei, vai ajudar muito.
Muito útil pro curso de biomedicina.
Olá, gostei bastante do material.
Estou iniciando no ramo dermatológico, e queria usar meu microcopio para mais diagnosticos, no caso de babesia canis, o meio de coloração de lamina romanosky é o mais apropriado?
Some really interesting information, well written and broadly speaking user friendly.
Interessante.
Sou estudante estou fazendo curso de Auxiliar de Laboratório Gostaria de receber mais artigos sobre o assunto.
gostei muito também adore!!